O artigo desta terça (18) sobre eleições municipais em Feira é assinado pelo jornalista Luiz Santos, âncora do programa Levante a Voz, na rádio Sociedade News. Para ele, a possibilidade de um segundo turno é real e salutar para o processo democrático. Confira abaixo o texto de Luiz Santos:

Depois de vinte anos finalmente existem possibilidades reais de termos segundo turno nas eleições municipais de Feira de Santana.
O cacique da política feirense, José Ronaldo de Carvalho (DEM), juntamente com seu grupo governam a Princesa do Sertão há 20 anos, desde que ganhou de Claylton Mascarenhas em 2000.

Não deu chances aos seus adversários. Foi implacável, terrível, ganhou de goleada no primeiro tempo, ou seja, em um jogo de 180 minutos ele derrotou, ganhou logo nos primeiros 45 minutos do primeiro tempo. Fez o dever de casa e não deu espaço para os seus concorrentes.

Passadas essas duas décadas, as coisas mudaram e em 2018 Zé Ronaldo abandonou seu quarto mandato e arriscou um voo maior, novos ares, novos rumos, lançando-se candidato ao governo da Bahia, perdendo de goleada no primeiro tempo para o governador Rui Costa (PT).

Voltou para casa e desde então ficou muito recluso hibernando, criando gorduras para queimar agora em 2020, articulando-se politicamente, mas de maneira muito tímida. Com isso acabou perdendo algumas lideranças política e ganhando outras. O seu vice e atual prefeito Colbert Martins da Silva Filho (MDB) até o momento está patinando nas pesquisas de intenção de votos e isso tem preocupado muito a Zé Ronaldo.

Acredito que a pandemia de covid-19 e o desempenho de Colbert fizeram Zé perder centenas de milhares de fios de cabelos.

Mas as coisas mudam e nesse sentido acredito que mudou para melhor. Temos opções diversas para o Paço Municipal Maria Quitéria em novembro 2020: Colbert Martins (MDB), Zé Neto (PT), Carlos Geilson (Podemos), José de Arimateia (PRB), Roberto Tourinho (PSB), Dayane Pimentel (PSL). Com tantas opções teremos a oportunidade de analisar as propostas de cada um dos candidatos e no final do segundo tempo, ou segundo turno, optarmos pelo melhor ou as melhores propostas e partindo do princípio da lei da oferta e da procura.

Teremos um tabuleiro repleto de produtos, mercadorias, objetos, ofertas, projetos, tudo de acordo com a vontade do freguês - leia-se eleitor (a). Caberá a ele (a) escolher o melhor para a cidade.

Avalio de forma muito positiva este número de candidatos, dando opção de escolhas, e torço para termos um segundo turno.

Costumo dizer que o eleitor (a) que tinha 10 anos quando Zé Ronaldo ganhou as eleições em 2000, essa pessoa era uma criança, tornou-se adolescente e hoje é um adulto, mas não teve opção de saber se ele foi realmente um excelente gestor como dizem. Esse cidadão não viu ninguém na prefeitura para fazer uma avaliação, uma comparação administrativa.

Opção é o que não falta e chegou a grande oportunidade de o eleitor feirense fazer sua escolha. Analisem diretinho as propostas e os candidatos.

 

Luiz Santos é jornalista, âncora do programa Levante a Voz, na rádio Sociedade News